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1.    INTRODUÇÃO

Neste texto será apresentado as experiências obtidas durante o período de estágio supervisionado I e II. Esse período foi de grande importância para a nossa formação como futuros professores de História, já que, ao passarmos por essa etapa conseguimos entender um pouco sobre a realidade de um professor na sala de aula.

Vivenciamos os desafios e dificuldades que um professor passa no dia a dia, além disso nos possibilitou conciliar a teoria desenvolvida no ambiente acadêmico com a prática, no ambiente escolar, e isso torna o período de estágio supervisionado uma ferramenta fundamental, na qual proporciona a experiência de observar e reger aulas.

Em linhas gerais, este texto tem por objetivo descrever o momento em que estivemos realizando o estágio supervisionado na escola estadual Armando de Souza Mendes, que está localizada no centro do município de Ipixuna-Am.

Destacaremos, a estrutura da escola e suas peculiaridades, como também nossas percepções sobre as turmas acompanhadas que foram as do 6° ano do ensino fundamental II até o 3° ano do ensino médio, e também as relações entre o professor e aluno e os nossos desafios encontrados na regência.

Será abordado problemáticas que observamos no ambiente escolar, no que diz respeito ao diálogo entre família e escola, e no tocante ao ensino de história em relação as temáticas que tratam da história dos grupos sociais negros e indígenas, que são pouco abordadas no ensino escolar.

 

2.    DESENVOLVIMENTO

2.1    Estrutura

A Escola Armando de Souza Mendes fica localizada na avenida Varcy Herculano, s/n, no centro da cidade de Ipixuna no Amazonas. Uma deficiência que não contribui para o desenvolvimento do desporto dos alunos é a ausência de uma quadra esportiva, existe apenas uma área externa ao lado do colégio, mas a mesma não possui cobertura, sendo impossível a prática esportiva nos dias de sol ou chuvoso.

A escola foi criada pelo decreto lei N° 36 de 13/08/1982, e a sua inauguração ocorreu no dia 13/10/1988. Seu nome foi dado em homenagem ao seringalista Armando de Souza Mendes, pai do governador da época. No período do estágio I e II em que tivemos presentes na escola, o prédio na qual se encontrava alocada chamava-se Padre August Bischoff, e o edifício de sua fundação encontrava-se desativado e em ruina.

No colégio funcionavam 64 turmas divididas em três turnos: matutino de 6º a 9º ano do Ensino Fundamental; turno vespertino do 7º ao 3º ano do Ensino Fundamental e Ensino Mediado por Tecnologia do 6º ao 9º ano e Ensino Médio da Educação Básica e no turno noturno o Ensino Médio e EJA Tecnológico. O número de alunos era de 1331 sendo contado de fevereiro a dezembro de 2022.

As salas se apresentavam com números razoáveis de alunos permitindo selecionar de forma confortável, uma outra sala com número grande de alunos. Mas quanto a sua estrutura, está bem desgastada, com azulejos soltando e muitos riscos nas paredes. Nas cadeiras existem também muitos desenhos, sendo alguns de cunho obscenos, que por esse motivo, percebe-se que nessas cadeiras os alunos evitam assenta-se nelas. Na grande maioria das salas existe sempre um ar-condicionado velho e um novo, porém, em uma sala foi tirado o ar condicionado velho existindo atualmente em seu lugar um buraco na parede.

Das salas pode ser notado ainda que os vidros das mesmas em sua grande maioria estão quebrados, o que possibilita a entrada de ruídos vindo de fora e saída do ar frio, possibilitando que a sala permaneça um pouco quente. No tocante aos banheiros, são divididos entre femininos e masculinos. Quanto a este, o seu estado era muito ruim, com a porta quebrada, vasos que não possuíam água para descarga, com torneiras quebradas, azulejos quebrados e muitos desenhos por todas as paredes do recinto.

A referida escola era composta por 12 salas de aula, uma reservada para sala de mídia. Um laboratório de Ciências e Informática inativo por falta de equipamentos, uma Biblioteca, Cozinha, Refeitório, Depósito para merenda, Depósito para material de limpeza, seis Banheiros masculino e seis feminino para alunos, um masculino e um feminino para professores e uma sala para os professores.

No momento em que tivemos o primeiro contato com a escola tudo parece ser muito perfeito e bonito, ver os professores conversando com os alunos pareceu ser um ambiente tranquilo e harmônico. Mas à medida que nossos contatos foram se aprofundando com aquele ambiente, percebemos que as conversas nem sempre eram harmônicas e agradáveis como pareciam no início, sendo na maioria das vezes alunos pedindo para sair mais cedo, ou por que não concordou com a nota que recebeu na prova e coisas mais.

Durante o Estágio Supervisionado I, em conversa com a pedagoga em relação a participação dos pais no acompanhamento dos filhos, nos foi dito que poucos pais tinham a preocupação de se informar quanto ao andamento escolar dos filhos, deixando toda a responsabilidade sobre a escola. E que ainda culpava a escola pelo mal comportamento do filho, alegando que era dever da escola educá-lo.  O que segundo a pedagoga, sobre carregava a escola com responsabilidade que não cabia a instituição assumir.

Em se tratando da ausência do acompanhamento dos pais aos seus filhos na educação escolar, Ferreira assim assina-la:

Destacando a vida moderna dos pais, fazendo com que eles tenham menos tempo para seus filhos. Com isso deixam seus filhos por tempo integral na escola e exigem que as escolas e professores supram sua falta e exerçam papeis que não são de sua competência. Esse descaso dos pais na participação da vida escolar dos filhos resulta muitas vezes em indisciplina em sala de aula e desempenhos indesejáveis dos alunos. Pudemos constatar que quando os pais participam da vida escolar de seus filhos, isto contribui normalmente em melhores resultados acadêmicos. Com o apoio da família se sentem estimulados, motivados e com vontade de aprender (2017, p. 5).

Como podemos perceber, tudo muda para melhor quando os pais acompanham ativamente a vida escolar de seus filhos, com melhores resultados acadêmicos, estímulos, motivação e mais vontade de aprender. Com isso, ganha a instituição escolar e a sociedade em geral, uma vez que um cidadão foi bem formado.

Com as mudanças atuais no comportamento das famílias que procuram acompanhar a evolução do tempo presente, os pais se rendem cada vez mais ao mundo profissional do trabalho, esquecendo as necessidades básicas e fundamentais de seus filhos, incluindo nesse aspecto a educação. “A vida moderna, as novas jornadas de trabalho e os novos papéis desempenhados pelos pais e mães estão exigindo muito dos pais, fazendo com que sobre menos tempo para o relacionamento e vivência familiar” (FERREIRA, 2017, p. 6). Com isso, gera filhos indisciplinados, exigindo do professor mais tempo tentando manter a ordem em sala de aula do que aplicando o conteúdo planejado.

2.2    Observações sobre as turmas

No período do estágio supervisionado em que estivemos na escola, nosso contato com as turmas no primeiro dia foi bem tranquilo, os alunos e os professores nos receberam muito bem. Os alunos aparentavam ser bem comportados, a relação entre os alunos e os professores parecia ser boa, porém, com o passar dos dias começamos a perceber que os alunos começavam a conflitar com o professor.

Ao dialogarmos com os professores sobre a relação entre eles e os alunos, os docentes falaram que nos primeiros dias os alunos estavam bem quietos por conta de ter novas pessoas na turma, e quando eles se acostumaram com a nossa presença voltaram a se comportar como de costume.

Destacamos que durante o estágio I acompanhamos as turmas do 6° ao 9° ano no turno matutino, e observamos dois professores supervisores, cada um tinha uma relação diferente com a sua turma. Um tinha uma relação bem amigável com os alunos, suas aulas eram bem descontraídas, os alunos não demonstravam timidez, ficavam à vontade com a presença do professor.

O outro professor aparentava ter uma relação com os seus alunos de forma mais rígida, impondo uma certa autoridade na sala de aula, dessa forma percebia-se um controle bem acentuado em relação ao comportamento dos mesmos. Também havia casos em que os alunos questionavam sua autoridade.

Na relação entre o professor e o aluno há influências de forma boa ou ruim no ensino e aprendizado. “Todo educador apresenta-se como uma referência para a formação dos educandos e, é muito importante a maneira como se relaciona com eles. A forma de contato é fundamental para que se sintam inteligentes e capazes” (BELOTTI; FARIA, 2010, p. 4)

Percebemos que essas diferentes relações também eram influenciadas pela idade dos alunos, as turmas com alunos mais jovens percebiam-se uma relação bem mais equilibrada entre o professor e o aluno. Já os alunos de idade mais avançada muitas das vezes era preciso estabelecer um controle bem mais rígido.

Em relação ao estágio supervisionado II, observamos as turmas do 1° ao 3° ano do ensino médio no período vespertino e noturno, e acompanhamos as aulas de uma professora supervisora, fomos bem recebidos pelos alunos e pela professora. O que impactou a nossa primeira impressão foi em relação a quantidade de alunos na sala de aula, já que estavam presentes apenas sete alunos, em relação ao estágio I onde tinha turmas com uma média de trinta alunos.

Ao questionarmos a professora em relação a quantidade de alunos, a mesma nos relatou que todas as turmas tinham uma baixa quantidade de alunos, e explicou que no início do ano havia uma quantidade razoável, porém, naquele momento havia poucos alunos frequentando a escola.

A professora também destacou que umas das causas que faziam com que os alunos parassem de frequentar a escola, era o fato de trabalharem durante o dia e a noite não estar com vontade de estudar, por conta do cansaço físico.

A relação entre a professora e os alunos era tranquila, os alunos do período noturno eram bem quietos nas aulas, mas, as vezes era visível que em algumas salas a professora deixava os alunos conversar e não pedia que eles prestassem atenção, porém, os mesmos com o tempo se calavam e davam atenção no que a professora falava.

Uma problemática encontrada no ensino médio em relação ao ensino de história, era o fato de utilizarem um livro didático bastante resumido, e o mesmo tratar resumidamente sobre a história e a cultura dos africanos, afro-brasileiros e indígenas. Mesmo sendo temas obrigatórios como é expressado pela lei 10.639/2003 e 11.645/2008.

O fato dessas temáticas estarem pouco citadas no livro didático exemplifica o fato da invisibilidade e exclusão desses povos no ensino de história escolar, e o foco na nação e cultura europeia, como destaca Nadai: 

O fio condutor do processo histórico centralizou-se, assim, no colonizador português e, depois, no imigrante europeu e nas contribuições paritárias de africanos e indígenas. Daí a ênfase no estudo dos aportes civilizatórios – os legados pela tradição liberal europeia (1992, p. 149).

Como destaca a autora, o ensino é centralizado na educação de cunho europeizado e os povos indígenas e africanos sempre ficam deixados de lado, como os povos que foram escravizados e dominados. E esse tipo de ensino não desenvolve uma mentalidade no aluno em se tratando no respeito as diversidades culturais, em combater o racismo e conhecer sua identidade.

A escola é um ambiente diversificado onde frequenta diversas etnias, como o aluno vai se reconhecer se identificar como um sujeito pertencente a uma determinada etnia, se a grade curricular do ensino de história está voltada para a cultura europeia e deixa de lado as demais culturas do nosso país? Como será combatido o preconceito e o racismo se os povos indígenas e negros são vistos apenas como aqueles que foram dominados e escravizados?

A história ensinada na escola está focada nos seguintes eixos temáticos: história antiga, medieval, moderna e contemporânea. Dessa forma é ensinado a história da Europa, como destaca o autor:

Nesse sentido, a história aprendida nas escolas secundaristas era basicamente uma história eurocêntrica, “civilizatória”, fundada na noção do quadripartismo histórico (História Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea), baseada na cronologia política e nas biografias de homens ilustres. (SILVA, 2022, p. 30).

Dessa maneira, os livros didáticos pouco falam sobre os povos indígenas e negros, suas histórias, cultura, política, economia, educação, seus mitos e sua religião, contribuindo para a invisibilidade desses grupos sociais. O ensino eurocêntrico foca em apenas uma cultura, hierarquiza a sociedade colocando o europeu como superior e os demais grupos sociais são excluídos.

Esse foco em apenas uma cultura impõe um padrão social, e o que é diferente do modelo europeu sofre preconceito, e é julgado como errado. “Deve-se ter em mente que estamos rodeados por múltiplas culturas, porém, é propagada apenas a cultura europeizada, e as demais culturas têm sido silenciadas e menosprezadas” (SOUZA; FETZNER, 2016, p. 12).

Para combater o silenciamento, preconceito e o racismo é preciso que a história dos grupos sociais indígenas e afro-brasileiros, sejam trabalhados na sala de aula, não apenas em datas comemorativas, não apenas uma visão de povos dominados e escravizados, mas sim trabalhar sua história como protagonistas, como grupos sociais pertencente a história do Brasil. Contar a história a partir da visão dessas etnias, e não produzir apenas o entendimento do europeu em relação a esses grupos sociais.

 

2.3    Estágio e regência

O nosso estágio foi um período de importante teste para nós, sendo algo novo, se tornou ainda um desafio, uma vez que pela observação, teríamos que exercer a nossa regência, sendo que no momento não sabíamos bem como fazer, e que temática aplicar. E isso tudo acabava gerando em nós um certo desconforto de insegurança, mas no avançar do estágio, com a observação das turmas e do professor, fomos criando interiormente coragem e vendo que é possível exercer a regência, desde que seja bem preparada.

Com a convivência na sala de aula, com a orientação do professor supervisor e com o acompanhamento das turmas, conseguimos enxergar pontos de necessidades dos alunos, carências escolares que precisavam ser supridas, o que nos impulsionava a querermos trabalhar pontos estratégicos para sanar a carência educativa dos discentes, criamos metodologias que vieram a contribuir para isso. “Neste sentido, os estágios de observação participante e regências no Ensino Fundamental e Médio concretiza a experiência pedagógica docente, privilegiando a articulação entre conhecimentos teóricos e práticos” (MANSOUR; SANTOS, 2024, p.9).

Os nossos pensamentos foram mudando à medida que o estágio foi acontecendo, pois nem tudo que imaginamos fazer foi possível, pois nem tudo o que aprendemos na universidade pôde ser aplicado na escola, outra é que as necessidades dos alunos são diferentes das que havíamos pensado e coisas mais.

Foi nesse contexto que foi pensado a nossa regência, a maneira de como foi aplicada, buscando envolvê-los da melhor forma possível a participação dos discentes, com uma pedagogia dinâmica e interativa, fazendo se sentirem construtores de seus próprios conhecimentos e ideias, levando a perceberem-se que são capazes de ser autores e construtores de sua própria história.

Descrevendo a experiência regencial no ensino fundamental, fomos favorecidos com a atuação em duas regências, sendo que a primeira foi por motivo em que a professora não pôde estar presente na aula, e nos deu a responsabilidade de aplicar nossa primeira regência com a união de duas turmas, sendo elas o 8º 02 e 8º 03. O tema da aula era o Período Regencial e Revoltas. Foi uma aula em que buscamos descontração, com exposição de um pequeno vídeo e uso de datashow, fomos interagindo com os alunos fazendo perguntas e dialogando com os mesmos, deixando-os à vontade para responderem segundo a compreensão deles. O intuito era desenvolver o raciocínio crítico e a capacidade de reflexão sobre a matéria aplicada.

Mas nessa primeira regência, os alunos ainda estavam ganhando confiança em nós, o que os deixavam um pouco tímidos com a nossa presença. E percebemos também que, para além da timidez, eles tinham um pouco de dificuldade na capitação do conteúdo, exigindo de nós fazer para eles perguntas direcionadas a matéria, de forma a facilitar a comunicação e a absorção do conhecimento.  

O conteúdo da regência foi sugerido pela professora, pois teríamos que seguir o seu plano de aula. O tema da regência foi sobre o Segundo Reinado, sendo que esta matéria ainda não fora aplicada em sala, ou seja, era um tema novo para os alunos. Por esse motivo, tivemos que planejar a regência para fazer uma apresentação que contemplasse todo o conteúdo sobre o segundo Reinado, exigindo de nós esforço estratégico para um bom planejamento, como assinala Rezende (2012, p. 236) que “o planejamento é uma das tarefas necessárias ao professor em todos os níveis de ensino: do ensino básico aos estudos de pós-graduação [...]”.

A nossa segunda regência foi aplicada no 8º 03. Fizemos uso da aula tradicional mesclando com metodologias mais atuais, com uso do livro didático, aula expositiva, questões sobre o conteúdo, respostas e divisão da turma em grupo, pois “podem ser denominadas estratégias de ensino todas as formas de se organizar o saber didático através de meios como o trabalho em grupo, aulas expositivas, etc.”. (SCHMIDT, 1995, p. 120). Informados pela professora que a turma não era tão participativa, tivemos que preparar uma regência que viesse a estimulá-lo a participar da aula.

Quanto a aplicação da regência, ficamos muito satisfeitos com os resultados obtidos, conseguimos fazer com que a grande maioria dos alunos tivessem participação na aplicação do conteúdo empregado.

 

2.4    Aulas e eixos temáticos

A primeira regência realizada com as turmas de 8° ano 2 e 8° ano 3, foi utilizada a temática: Período Regencial e Revoltas. Planejamos uma aula de revisão do conteúdo já aplicado pela professora supervisora, o intuito era reforçar o entendimento dos alunos em relação ao conteúdo.

Pelo fato de ser a primeira regência, em que estaríamos na sala de aula como professores, ficamos bem nervosos, mas tivemos que superar a timidez. No início da regência ao tentar expor o conteúdo e dialogar com os alunos sentimos uma certa insegurança no falar.

Uma dificuldade sentida normalmente pelos acadêmicos é de não se sentirem preparados para atuarem como professores, e nem sempre sabem como agir diante dos problemas comuns das escolas, é claro que isso diminui com a prática de estágio, mas mesmo assim é ainda uma insegurança ou dificuldade que permanece no aluno, futuro professor. (SCALABRIN; MOLINARI, 2013, p. 6)

De acordo com a citação acima, uma das dificuldades encontradas pelos estagiários nas suas regências é a insegurança e o medo de não estarem preparado o suficiente para estar na sala de aula como professor. Esse foi um sentimento que experienciamos no nosso estágio, e como foi citado, essa sensação foi diminuindo gradativamente, com a realização da segunda regência.

Na segunda regência realizada no 8° ano 03, foi utilizado o tema: Segundo Reinado. Planejamos uma aula que viesse a fazer a turma participar e aprender de forma divertida, utilizamos uma dinâmica, para alcançar esse objetivo. A realização dessa aula foi bem satisfatória, porém, o inicio da aula foi um pouco dificultoso pois os alunos estavam tímidos e não queriam participar, contudo, essa timidez foi superada.

Essas regências realizadas no estágio I e II foram bastante significativas para nossa formação como futuro professores, passamos por obstáculos que tornam o estágio tão desafiador, entendemos nossos erros e dificuldades que precisão ser melhorados.

 

2.5    Desenvolvimento, aplicação e correção de atividades

Nossas atividades avaliativas ocorreram todas dentro da regência, uma vez que o horário de aula era muito curto, optamos em avaliar os alunos por meio da participação, interação, motivação, trabalho em equipe e etc. “Isto implica que pensemos a avaliação em sala de aula como uma atividade contínua e integrada às atividades de ensino, algo que é decorrente destas atividades, inerente a elas e a seu serviço” (GATTI, 2003, p. 99). Neste caso procuramos nos adaptar a realidade da escola, exercendo a avaliação enquanto aplicávamos o conteúdo por nós programado.

O desenvolvimento da atividade aconteceu com a divisão da sala em dois grupos, com o intuito de despertar a competitividade sadia, uma vez que os alunos não eram muito participativos. Fizemos uma caixa e dentro da mesma havia perguntas, que era feita quando um membro de um dos grupos tirava, podendo respondê-la criativamente por meio verbal ou desenhando no quadro para que seus colegas de grupo acertassem desvendando o desenho.

E percebemos que os alunos no inicio começaram com timidez, sem muita expressividade, mas não demorou muito para que a competitividade viesse a motivá-los a ganhar, levando as equipes a aguçar o seu representante que ia tirar e responder a questão. Essa metodologia de avaliação parece favorecer a uns e prejudicar outros, mas o segredo está em observar as diferentes formas de participação, podendo avaliar cada aluno na sua peculiaridade.

Acreditamos que a aplicação da atividade alcançou seu objetivo, por meio da ludicidade os alunos conseguiram se abrir ao conhecimento, aceitando a proposta por nós feita a eles na aplicação da atividade.

O processo de desenvolvimento e aprendizagem enfatiza uma ação de reconhecimento e relação quanto as suas vivências e expressões do cotidiano, é necessário fazer ligações com a ludicidade para que se possa ter melhor absorção do conhecimento teórico científico (TESSER; VIECELI, 2020, p. 2).

A busca em manter relação da aplicação do conteúdo com a vida cotidiana do aluno, ajuda muito na absorção do conhecimento e torna a relação do aluno com o conhecimento bem mais leve e natural, motivando-o a ter interesse pelos estudos.

 

3.    CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio supervisionado nos fez perceber a vastidão da realidade educacional, o tempo histórico que contribui na formação da educação e amplitude de conceitos, ideias, perspectiva humana que o professor tem que lidar. Percebemos que não dá para se transformar em professor de uma hora para outra, não estamos falando de uma estória ou contos de fadas, mas, de uma realidade muito complexa.

Entendemos que o professor se constitui com o caminhar na educação, se forjando nos desafios que se lhes aparece no dia a dia da vida escolar. E que essas etapas nos capacitam para selecionar dentro da complexidade do mundo escolar, o que pode ser mais útil para o ensino, nos apropriando e criando nossa própria metodologia, a partir do que cremos ser melhor para nós, futuro professores, e para nossos alunos.

E que escola é sempre um lugar de aprendizagem, seja para o professor, seja para o aluno. Isso nos dá a entender que nunca seremos pessoas plenamente acabadas, pois estamos sempre em processo de conhecimento, ora de nós mesmos, ora de outrem. Saber que na simplicidade da criança podemos aprender a ver o mundo de forma diferente, pintado e alegre.

Compreendemos ainda, que o ambiente escolar é lugar de transformação, e isso se torna muito prazeroso quando temos consciência de que, através de nossa ação de ensinar, estamos mudando a vida de uma pessoa para sempre, ajudamos a construir sonhos, a criar expectativas de vidas melhores, e no geral, estamos contribuindo para a construção de melhorias do nosso país. Ao compreendermos isso, entendemos que estamos fazendo parte de algo grandioso e que irá influenciar várias gerações.

Portanto, que sejamos ou não professor, sabemos que contribuímos com o mínimo que seja para a melhoria na vida de uma pessoa. Já somos parte da história na vida de alguém.

 

4.    REFERÊNCIAS

 

BELOTTI, Salua Helena Abdalla; FARIA, Moacir Alves de. Relação Professor/Aluno. Revista Eletrônica Saberes da Educação – Volume 1 – nº 1 – 2010, p. 4.

 

FERREIRA, Halder Brunner. A ausência dos pais na escola e a necessidade desta participação no contexto escolar. Intercursos, Ituiutaba, v. 16, n. 1, Jan-junho. 2017, p. 05.

 

GATTI, Bernardete. O professor e a Avaliação em sala de Aula. Estudos em Avaliação Educacional, n.27, jan-jun/2003, p. 99.

 

MANSOUR Pedro; SANTOS Sarah.  Estágio supervisionado em história III. Manaus, amazonas, FEV/MAR DE 2024.

 

NADAI, Elza. Ensino de História no Brasil: Trajetória e perspectiva. Revista Brasileira de História, 1992, p. 149.

 

REZENDE, Murilo José de. A concepção de ensino de História presente nos planos de ensino dos licenciados em História da USP. In. história & Ensino. Londrina, v. 18, n. 2, jul./dez. 2012. p. 235-247.

 

SCALABRIN, Izabel Cristina; MOLINARI, Adriana Maria Corder. A Importância Da Prática Do Estágio Supervisionado Nas Licenciaturas. Revista unar, 2013, p. 6.

 

SCHMIDT, Maria Auxiliadora dos Santos. “A formação do professor de História e o cotidiano da sala de aula: entre o embate, o dilaceramento, e o fazer histórico”. In: BIT-TENCOURT, Circe Maria Fernandes (org.). Anais do II Encontro Perspectivas do Ensino de História. São Paulo: FEUSP, 1996. p. 115-128.

 

SILVA, Vitor Ferreira da. “Preconceitos, (in)visibilidade indígenas e ensino de História.” In.: BASTOS, Cecília Maria Chaves Brito; SILVA, Giovani José da (ORG.). Diálogos entre História Indígena e ensino de História. Curitiba: CRV, 2022, Coleção Aprender História, vol. 4, p. 30.

 

SOUZAI, Maria Elena Viana; FETZNERII, Andrea Rosana. Educação Étnico-Racial E Interculturalidade Crítica Na Escola: Formação Inicial De Professores Por Meio Do Pibid/Unirio. Revista Interinstitucional Artes de Educar. Rio de Janeiro, V. 2 N. 3 – pág. 5-23 (out - jan 2016), p. 12.

 

TESSER, Stelli Dy Angelli; VIECELI, Geraldo. A importância da ludicidade como recurso didático pedagógico para favorecer a aprendizagem dos alunos da educação básica. Anuário de pesquisa e extensão Unoesc Videira, 2020, p. 2.

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