1. INTRODUÇÃO
Neste texto será apresentado as
experiências obtidas durante o perÃodo de estágio supervisionado I e II. Esse
perÃodo foi de grande importância para a nossa formação como futuros professores
de História, já que, ao passarmos por essa etapa conseguimos entender um pouco
sobre a realidade de um professor na sala de aula.
Vivenciamos
os desafios e dificuldades que um professor passa no dia a dia, além disso nos
possibilitou conciliar a teoria desenvolvida no ambiente acadêmico com a
prática, no ambiente escolar, e isso torna o perÃodo de estágio supervisionado
uma ferramenta fundamental, na qual proporciona a experiência de observar e
reger aulas.
Em
linhas gerais, este texto tem por objetivo descrever o momento em que estivemos
realizando o estágio supervisionado na escola estadual Armando de Souza Mendes,
que está localizada no centro do municÃpio de Ipixuna-Am.
Destacaremos,
a estrutura da escola e suas peculiaridades, como também nossas percepções
sobre as turmas acompanhadas que foram as do 6° ano do ensino fundamental II
até o 3° ano do ensino médio, e também as relações entre o professor e aluno e
os nossos desafios encontrados na regência.
Será
abordado problemáticas que observamos no ambiente escolar, no que diz respeito
ao diálogo entre famÃlia e escola, e no tocante ao ensino de história em
relação as temáticas que tratam da história dos grupos sociais negros e
indÃgenas, que são pouco abordadas no ensino escolar.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Estrutura
A Escola Armando de Souza Mendes fica
localizada na avenida Varcy Herculano, s/n, no centro da cidade de Ipixuna no Amazonas.
Uma deficiência que não contribui para o desenvolvimento do desporto dos alunos
é a ausência de uma quadra esportiva, existe apenas uma área externa ao lado do
colégio, mas a mesma não possui cobertura, sendo impossÃvel a prática esportiva
nos dias de sol ou chuvoso.
A escola foi criada pelo decreto lei N° 36
de 13/08/1982, e a sua inauguração ocorreu no dia 13/10/1988. Seu nome foi dado
em homenagem ao seringalista Armando de Souza Mendes, pai do governador da
época. No perÃodo do estágio I e II em que tivemos presentes na escola, o
prédio na qual se encontrava alocada chamava-se Padre August Bischoff, e o
edifÃcio de sua fundação encontrava-se desativado e em ruina.
No colégio funcionavam 64 turmas divididas
em três turnos: matutino de 6º a 9º ano do Ensino Fundamental; turno vespertino
do 7º ao 3º ano do Ensino Fundamental e Ensino Mediado por Tecnologia do 6º ao
9º ano e Ensino Médio da Educação Básica e no turno noturno o Ensino Médio e
EJA Tecnológico. O número de alunos era de 1331 sendo contado de fevereiro a
dezembro de 2022.
As salas se apresentavam com números
razoáveis de alunos permitindo selecionar de forma confortável, uma outra sala
com número grande de alunos. Mas quanto a sua estrutura, está bem desgastada,
com azulejos soltando e muitos riscos nas paredes. Nas cadeiras existem também
muitos desenhos, sendo alguns de cunho obscenos, que por esse motivo,
percebe-se que nessas cadeiras os alunos evitam assenta-se nelas. Na grande
maioria das salas existe sempre um ar-condicionado velho e um novo, porém, em
uma sala foi tirado o ar condicionado velho existindo atualmente em seu lugar
um buraco na parede.
Das salas pode ser notado ainda que os
vidros das mesmas em sua grande maioria estão quebrados, o que possibilita a
entrada de ruÃdos vindo de fora e saÃda do ar frio, possibilitando que a sala
permaneça um pouco quente. No tocante aos banheiros, são divididos entre
femininos e masculinos. Quanto a este, o seu estado era muito ruim, com a porta
quebrada, vasos que não possuÃam água para descarga, com torneiras quebradas,
azulejos quebrados e muitos desenhos por todas as paredes do recinto.
A referida escola era composta por 12
salas de aula, uma reservada para sala de mÃdia. Um laboratório de Ciências e
Informática inativo por falta de equipamentos, uma Biblioteca, Cozinha,
Refeitório, Depósito para merenda, Depósito para material de limpeza, seis
Banheiros masculino e seis feminino para alunos, um masculino e um feminino
para professores e uma sala para os professores.
No momento em que tivemos o primeiro
contato com a escola tudo parece ser muito perfeito e bonito, ver os
professores conversando com os alunos pareceu ser um ambiente tranquilo e harmônico.
Mas à medida que nossos contatos foram se aprofundando com aquele ambiente,
percebemos que as conversas nem sempre eram harmônicas e agradáveis como
pareciam no inÃcio, sendo na maioria das vezes alunos pedindo para sair mais
cedo, ou por que não concordou com a nota que recebeu na prova e coisas mais.
Durante o Estágio Supervisionado I, em
conversa com a pedagoga em relação a participação dos pais no acompanhamento
dos filhos, nos foi dito que poucos pais tinham a preocupação de se informar
quanto ao andamento escolar dos filhos, deixando toda a responsabilidade sobre
a escola. E que ainda culpava a escola pelo mal comportamento do filho,
alegando que era dever da escola educá-lo. O que segundo a pedagoga, sobre carregava a
escola com responsabilidade que não cabia a instituição assumir.
Em se tratando da ausência do
acompanhamento dos pais aos seus filhos na educação escolar, Ferreira assim
assina-la:
Destacando
a vida moderna dos pais, fazendo com que eles tenham menos tempo para seus
filhos. Com isso deixam seus filhos por tempo integral na escola e exigem que
as escolas e professores supram sua falta e exerçam papeis que não são de sua
competência. Esse descaso dos pais na participação da vida escolar dos filhos
resulta muitas vezes em indisciplina em sala de aula e desempenhos indesejáveis
dos alunos. Pudemos constatar que quando os pais participam da vida escolar de
seus filhos, isto contribui normalmente em melhores resultados acadêmicos. Com
o apoio da famÃlia se sentem estimulados, motivados e com vontade de aprender
(2017, p. 5).
Como
podemos perceber, tudo muda para melhor quando os pais acompanham ativamente a
vida escolar de seus filhos, com melhores resultados acadêmicos, estÃmulos,
motivação e mais vontade de aprender. Com isso, ganha a instituição escolar e a
sociedade em geral, uma vez que um cidadão foi bem formado.
Com
as mudanças atuais no comportamento das famÃlias que procuram acompanhar a
evolução do tempo presente, os pais se rendem cada vez mais ao mundo
profissional do trabalho, esquecendo as necessidades básicas e fundamentais de
seus filhos, incluindo nesse aspecto a educação. “A vida moderna, as novas
jornadas de trabalho e os novos papéis desempenhados pelos pais e mães estão
exigindo muito dos pais, fazendo com que sobre menos tempo para o
relacionamento e vivência familiar” (FERREIRA, 2017, p. 6). Com isso, gera
filhos indisciplinados, exigindo do professor mais tempo tentando manter a
ordem em sala de aula do que aplicando o conteúdo planejado.
2.2 Observações
sobre as turmas
No perÃodo do estágio supervisionado em
que estivemos na escola, nosso contato com as turmas no primeiro dia foi bem
tranquilo, os alunos e os professores nos receberam muito bem. Os alunos
aparentavam ser bem comportados, a relação entre os alunos e os professores
parecia ser boa, porém, com o passar dos dias começamos a perceber que os
alunos começavam a conflitar com o professor.
Ao dialogarmos com os professores sobre a
relação entre eles e os alunos, os docentes falaram que nos primeiros dias os
alunos estavam bem quietos por conta de ter novas pessoas na turma, e quando
eles se acostumaram com a nossa presença voltaram a se comportar como de
costume.
Destacamos que durante o estágio I
acompanhamos as turmas do 6° ao 9° ano no turno matutino, e observamos dois
professores supervisores, cada um tinha uma relação diferente com a sua turma.
Um tinha uma relação bem amigável com os alunos, suas aulas eram bem
descontraÃdas, os alunos não demonstravam timidez, ficavam à vontade com a
presença do professor.
O outro professor aparentava ter uma
relação com os seus alunos de forma mais rÃgida, impondo uma certa autoridade
na sala de aula, dessa forma percebia-se um controle bem acentuado em relação
ao comportamento dos mesmos. Também havia casos em que os alunos questionavam
sua autoridade.
Na relação entre o professor e o aluno há influências
de forma boa ou ruim no ensino e aprendizado. “Todo educador apresenta-se como
uma referência para a formação dos educandos e, é muito importante a maneira
como se relaciona com eles. A forma de contato é fundamental para que se sintam
inteligentes e capazes” (BELOTTI; FARIA, 2010, p. 4)
Percebemos que essas diferentes relações
também eram influenciadas pela idade dos alunos, as turmas com alunos mais
jovens percebiam-se uma relação bem mais equilibrada entre o professor e o
aluno. Já os alunos de idade mais avançada muitas das vezes era preciso
estabelecer um controle bem mais rÃgido.
Em relação ao estágio supervisionado II,
observamos as turmas do 1° ao 3° ano do ensino médio no perÃodo vespertino e noturno,
e acompanhamos as aulas de uma professora supervisora, fomos bem recebidos
pelos alunos e pela professora. O que impactou a nossa primeira impressão foi
em relação a quantidade de alunos na sala de aula, já que estavam presentes
apenas sete alunos, em relação ao estágio I onde tinha turmas com uma média de
trinta alunos.
Ao questionarmos a professora em relação a
quantidade de alunos, a mesma nos relatou que todas as turmas tinham uma baixa
quantidade de alunos, e explicou que no inÃcio do ano havia uma quantidade
razoável, porém, naquele momento havia poucos alunos frequentando a escola.
A professora também destacou que umas das
causas que faziam com que os alunos parassem de frequentar a escola, era o fato
de trabalharem durante o dia e a noite não estar com vontade de estudar, por
conta do cansaço fÃsico.
A relação entre a professora e os alunos
era tranquila, os alunos do perÃodo noturno eram bem quietos nas aulas, mas, as
vezes era visÃvel que em algumas salas a professora deixava os alunos conversar
e não pedia que eles prestassem atenção, porém, os mesmos com o tempo se
calavam e davam atenção no que a professora falava.
Uma problemática encontrada no ensino
médio em relação ao ensino de história, era o fato de utilizarem um livro
didático bastante resumido, e o mesmo tratar resumidamente sobre a história e a
cultura dos africanos, afro-brasileiros e indÃgenas. Mesmo sendo temas
obrigatórios como é expressado pela lei 10.639/2003 e 11.645/2008.
O fato dessas temáticas estarem pouco
citadas no livro didático exemplifica o fato da invisibilidade e exclusão
desses povos no ensino de história escolar, e o foco na nação e cultura
europeia, como destaca Nadai:
O fio condutor do
processo histórico centralizou-se, assim, no colonizador português e, depois,
no imigrante europeu e nas contribuições paritárias de africanos e indÃgenas.
Daà a ênfase no estudo dos aportes civilizatórios – os legados pela tradição
liberal europeia (1992, p. 149).
Como destaca a autora, o ensino é
centralizado na educação de cunho europeizado e os povos indÃgenas e africanos
sempre ficam deixados de lado, como os povos que foram escravizados e
dominados. E esse tipo de ensino não desenvolve uma mentalidade no aluno em se
tratando no respeito as diversidades culturais, em combater o racismo e
conhecer sua identidade.
A escola é um ambiente diversificado onde
frequenta diversas etnias, como o aluno vai se reconhecer se identificar como
um sujeito pertencente a uma determinada etnia, se a grade curricular do ensino
de história está voltada para a cultura europeia e deixa de lado as demais
culturas do nosso paÃs? Como será combatido o preconceito e o racismo se os
povos indÃgenas e negros são vistos apenas como aqueles que foram dominados e
escravizados?
A história ensinada na escola está focada
nos seguintes eixos temáticos: história antiga, medieval, moderna e
contemporânea. Dessa forma é ensinado a história da Europa, como destaca o
autor:
Nesse sentido, a
história aprendida nas escolas secundaristas era basicamente uma história
eurocêntrica, “civilizatória”, fundada na noção do quadripartismo histórico
(História Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea), baseada na cronologia
polÃtica e nas biografias de homens ilustres. (SILVA, 2022, p. 30).
Dessa
maneira, os livros didáticos pouco falam sobre os povos indÃgenas e negros,
suas histórias, cultura, polÃtica, economia, educação, seus mitos e sua
religião, contribuindo para a invisibilidade desses grupos sociais. O ensino
eurocêntrico foca em apenas uma cultura, hierarquiza a sociedade colocando o
europeu como superior e os demais grupos sociais são excluÃdos.
Esse foco em apenas uma cultura impõe um
padrão social, e o que é diferente do modelo europeu sofre preconceito, e é
julgado como errado. “Deve-se ter em mente que estamos rodeados por múltiplas
culturas, porém, é propagada apenas a cultura europeizada, e as demais culturas
têm sido silenciadas e menosprezadas” (SOUZA; FETZNER, 2016, p. 12).
Para combater o silenciamento, preconceito
e o racismo é preciso que a história dos grupos sociais indÃgenas e
afro-brasileiros, sejam trabalhados na sala de aula, não apenas em datas
comemorativas, não apenas uma visão de povos dominados e escravizados, mas sim
trabalhar sua história como protagonistas, como grupos sociais pertencente a
história do Brasil. Contar a história a partir da visão dessas etnias, e não
produzir apenas o entendimento do europeu em relação a esses grupos sociais.
2.3 Estágio
e regência
O nosso estágio foi um perÃodo de
importante teste para nós, sendo algo novo, se tornou ainda um desafio, uma vez
que pela observação, terÃamos que exercer a nossa regência, sendo que no
momento não sabÃamos bem como fazer, e que temática aplicar. E isso tudo acabava
gerando em nós um certo desconforto de insegurança, mas no avançar do estágio,
com a observação das turmas e do professor, fomos criando interiormente coragem
e vendo que é possÃvel exercer a regência, desde que seja bem preparada.
Com a convivência na sala de aula, com a
orientação do professor supervisor e com o acompanhamento das turmas,
conseguimos enxergar pontos de necessidades dos alunos, carências escolares que
precisavam ser supridas, o que nos impulsionava a querermos trabalhar pontos
estratégicos para sanar a carência educativa dos discentes, criamos
metodologias que vieram a contribuir para isso. “Neste sentido, os estágios de
observação participante e regências no Ensino Fundamental e Médio concretiza a
experiência pedagógica docente, privilegiando a articulação entre conhecimentos
teóricos e práticos” (MANSOUR; SANTOS, 2024, p.9).
Os nossos pensamentos foram mudando Ã
medida que o estágio foi acontecendo, pois nem tudo que imaginamos fazer foi
possÃvel, pois nem tudo o que aprendemos na universidade pôde ser aplicado na
escola, outra é que as necessidades dos alunos são diferentes das que havÃamos
pensado e coisas mais.
Foi nesse contexto que foi pensado a nossa
regência, a maneira de como foi aplicada, buscando envolvê-los da melhor forma
possÃvel a participação dos discentes, com uma pedagogia dinâmica e interativa,
fazendo se sentirem construtores de seus próprios conhecimentos e ideias,
levando a perceberem-se que são capazes de ser autores e construtores de sua
própria história.
Descrevendo a experiência regencial no
ensino fundamental, fomos favorecidos com a atuação em duas regências, sendo
que a primeira foi por motivo em que a professora não pôde estar presente na
aula, e nos deu a responsabilidade de aplicar nossa primeira regência com a
união de duas turmas, sendo elas o 8º 02 e 8º 03. O tema da aula era o PerÃodo
Regencial e Revoltas. Foi uma aula em que buscamos descontração, com exposição
de um pequeno vÃdeo e uso de datashow, fomos interagindo com os alunos fazendo
perguntas e dialogando com os mesmos, deixando-os à vontade para responderem
segundo a compreensão deles. O intuito era desenvolver o raciocÃnio crÃtico e a
capacidade de reflexão sobre a matéria aplicada.
Mas nessa primeira regência, os alunos
ainda estavam ganhando confiança em nós, o que os deixavam um pouco tÃmidos com
a nossa presença. E percebemos também que, para além da timidez, eles tinham um
pouco de dificuldade na capitação do conteúdo, exigindo de nós fazer para eles
perguntas direcionadas a matéria, de forma a facilitar a comunicação e a
absorção do conhecimento.
O conteúdo da regência foi sugerido pela
professora, pois terÃamos que seguir o seu plano de aula. O tema da regência
foi sobre o Segundo Reinado, sendo que esta matéria ainda não fora aplicada em
sala, ou seja, era um tema novo para os alunos. Por esse motivo, tivemos que planejar
a regência para fazer uma apresentação que contemplasse todo o conteúdo sobre o
segundo Reinado, exigindo de nós esforço estratégico para um bom planejamento,
como assinala Rezende (2012, p. 236) que “o planejamento é uma das tarefas
necessárias ao professor em todos os nÃveis de ensino: do ensino básico aos
estudos de pós-graduação [...]”.
A nossa segunda regência foi aplicada no
8º 03. Fizemos uso da aula tradicional mesclando com metodologias mais atuais,
com uso do livro didático, aula expositiva, questões sobre o conteúdo,
respostas e divisão da turma em grupo, pois “podem ser denominadas estratégias
de ensino todas as formas de se organizar o saber didático através de meios
como o trabalho em grupo, aulas expositivas, etc.”. (SCHMIDT, 1995, p. 120).
Informados pela professora que a turma não era tão participativa, tivemos que
preparar uma regência que viesse a estimulá-lo a participar da aula.
Quanto a aplicação da regência, ficamos
muito satisfeitos com os resultados obtidos, conseguimos fazer com que a grande
maioria dos alunos tivessem participação na aplicação do conteúdo empregado.
2.4 Aulas
e eixos temáticos
A primeira regência realizada com as
turmas de 8° ano 2 e 8° ano 3, foi utilizada a temática: PerÃodo Regencial e
Revoltas. Planejamos uma aula de revisão do conteúdo já aplicado pela
professora supervisora, o intuito era reforçar o entendimento dos alunos em
relação ao conteúdo.
Pelo fato de ser a primeira regência, em
que estarÃamos na sala de aula como professores, ficamos bem nervosos, mas
tivemos que superar a timidez. No inÃcio da regência ao tentar expor o conteúdo
e dialogar com os alunos sentimos uma certa insegurança no falar.
Uma dificuldade
sentida normalmente pelos acadêmicos é de não se sentirem preparados para
atuarem como professores, e nem sempre sabem como agir diante dos problemas
comuns das escolas, é claro que isso diminui com a prática de estágio, mas
mesmo assim é ainda uma insegurança ou dificuldade que permanece no aluno,
futuro professor. (SCALABRIN; MOLINARI, 2013, p. 6)
De acordo com a citação acima, uma das
dificuldades encontradas pelos estagiários nas suas regências é a insegurança e
o medo de não estarem preparado o suficiente para estar na sala de aula como
professor. Esse foi um sentimento que experienciamos no nosso estágio, e como
foi citado, essa sensação foi diminuindo gradativamente, com a realização da segunda
regência.
Na segunda regência realizada no 8° ano
03, foi utilizado o tema: Segundo Reinado. Planejamos uma aula que viesse a
fazer a turma participar e aprender de forma divertida, utilizamos uma
dinâmica, para alcançar esse objetivo. A realização dessa aula foi bem
satisfatória, porém, o inicio da aula foi um pouco dificultoso pois os alunos
estavam tÃmidos e não queriam participar, contudo, essa timidez foi superada.
Essas regências
realizadas no estágio I e II foram bastante significativas para nossa formação
como futuro professores, passamos por obstáculos que tornam o estágio tão
desafiador, entendemos nossos erros e dificuldades que precisão ser melhorados.
2.5 Desenvolvimento,
aplicação e correção de atividades
Nossas atividades avaliativas ocorreram
todas dentro da regência, uma vez que o horário de aula era muito curto,
optamos em avaliar os alunos por meio da participação, interação, motivação,
trabalho em equipe e etc. “Isto implica que pensemos a avaliação em sala de
aula como uma atividade contÃnua e integrada à s atividades de ensino, algo que
é decorrente destas atividades, inerente a elas e a seu serviço” (GATTI, 2003,
p. 99). Neste caso procuramos nos adaptar a realidade da escola, exercendo a
avaliação enquanto aplicávamos o conteúdo por nós programado.
O desenvolvimento da atividade aconteceu
com a divisão da sala em dois grupos, com o intuito de despertar a
competitividade sadia, uma vez que os alunos não eram muito participativos.
Fizemos uma caixa e dentro da mesma havia perguntas, que era feita quando um
membro de um dos grupos tirava, podendo respondê-la criativamente por meio
verbal ou desenhando no quadro para que seus colegas de grupo acertassem
desvendando o desenho.
E percebemos que os alunos no inicio
começaram com timidez, sem muita expressividade, mas não demorou muito para que
a competitividade viesse a motivá-los a ganhar, levando as equipes a aguçar o
seu representante que ia tirar e responder a questão. Essa metodologia de
avaliação parece favorecer a uns e prejudicar outros, mas o segredo está em
observar as diferentes formas de participação, podendo avaliar cada aluno na
sua peculiaridade.
Acreditamos
que a aplicação da atividade alcançou seu objetivo, por meio da ludicidade os
alunos conseguiram se abrir ao conhecimento, aceitando a proposta por nós feita
a eles na aplicação da atividade.
O
processo de desenvolvimento e aprendizagem enfatiza uma ação de reconhecimento
e relação quanto as suas vivências e expressões do cotidiano, é necessário
fazer ligações com a ludicidade para que se possa ter melhor absorção do
conhecimento teórico cientÃfico (TESSER; VIECELI, 2020, p. 2).
A busca em manter relação da aplicação do
conteúdo com a vida cotidiana do aluno, ajuda muito na absorção do conhecimento
e torna a relação do aluno com o conhecimento bem mais leve e natural,
motivando-o a ter interesse pelos estudos.
3. CONSIDERAÇÕES
FINAIS
O estágio supervisionado nos fez perceber
a vastidão da realidade educacional, o tempo histórico que contribui na
formação da educação e amplitude de conceitos, ideias, perspectiva humana que o
professor tem que lidar. Percebemos que não dá para se transformar em professor
de uma hora para outra, não estamos falando de uma estória ou contos de fadas,
mas, de uma realidade muito complexa.
Entendemos que o professor se constitui
com o caminhar na educação, se forjando nos desafios que se lhes aparece no dia
a dia da vida escolar. E que essas etapas nos capacitam para selecionar dentro
da complexidade do mundo escolar, o que pode ser mais útil para o ensino, nos
apropriando e criando nossa própria metodologia, a partir do que cremos ser
melhor para nós, futuro professores, e para nossos alunos.
E que escola é sempre um lugar de
aprendizagem, seja para o professor, seja para o aluno. Isso nos dá a entender
que nunca seremos pessoas plenamente acabadas, pois estamos sempre em processo
de conhecimento, ora de nós mesmos, ora de outrem. Saber que na simplicidade da
criança podemos aprender a ver o mundo de forma diferente, pintado e alegre.
Compreendemos ainda, que o ambiente
escolar é lugar de transformação, e isso se torna muito prazeroso quando temos
consciência de que, através de nossa ação de ensinar, estamos mudando a vida de
uma pessoa para sempre, ajudamos a construir sonhos, a criar expectativas de
vidas melhores, e no geral, estamos contribuindo para a construção de melhorias
do nosso paÃs. Ao compreendermos isso, entendemos que estamos fazendo parte de
algo grandioso e que irá influenciar várias gerações.
Portanto, que sejamos ou não professor,
sabemos que contribuÃmos com o mÃnimo que seja para a melhoria na vida de uma
pessoa. Já somos parte da história na vida de alguém.
4.
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de pesquisa e extensão Unoesc Videira, 2020, p. 2.
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