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Tópicos sobre Ciências Sociais e História


A respeito do materialismo histórico, Marx critica a ideia defendida pelos filósofos até então de que as ideias modelam a vida material, concreta dos homens. Marx acredita que as ideias expressam situações e interesses radicados nas relações materiais, de caráter econômico, que os homens, agrupados em classes sociais, estabelecem entre si. Os fatores dinâmicos das transformações sociais devem ser buscados no desenvolvimento das forças produtivas e nas relações que os homens são compelidos a estabelecer entre si, ao empregar as forças produtivas por eles acumuladas a fim de satisfazer as suas necessidades materiais. 

Uma das principais contribuições de Marx para o que entendemos sobre capitalismo foi o desenvolvimento da categoria “mais-valia”, explicada na sua obra “O Capital”. A mais-valia é o valor que o trabalhador produz a mais e que é apropriado pelo patrão pelo fato de ser dono dos meios de produção. A mais-valia é justamente a quantidade de valor que é produzido pelo trabalhador, mas é apropriado pelo burguês. O patrão pode ainda auferir mais lucros aumentando a permanência do trabalhador na fábrica ou implementando tecnologias que façam o trabalhador produzir mais pares de sapatos no mesmo período de tempo. 

Além da mais-valia, Marx também desenvolveu o conceito de “alienação”, que ocorre porque o trabalhador não se apropria do fruto de seu próprio trabalho, que não lhe pertence, pois é apropriado pelo capitalista que é dono dos meios de produção. Assim, o produto do seu próprio trabalho é estranho ao trabalhador. Para Marx, o trabalho é uma categoria vital para o entendimento da sociedade, uma vez que não há sociedade sem trabalho, pois os Homens precisam produzir e reproduzir as suas condições de existência.

No que tange a ética protestante e o espírito do capitalismo, Weber tenta perceber como a ação social de agentes econômicos, que orientam sua ação por interesses de ordem econômica (lucro), se imbricam com as ações de agentes religiosos que orientam sua ação por valores especificamente religiosos como a “salvação da alma”. Ele percebeu que por vezes as mesmas pessoas orientavam sua ação em termos religiosos, objetivando salvar suas almas e ao mesmo tempo, em termos econômicos, pois orientavam sua ação de uma maneira metódica, racional, persistente, construindo empresas. 

Weber defendeu, então, que em determinado momento da história os agentes religiosos que buscaram encontrar no sucesso de suas ações no aqui e agora, na terra, sinais que poderiam ser salvos, abriram caminho para a realização de uma multiplicidade de ações metódicas, sistemáticas e ascéticas que impulsionaram o capitalismo em sua forma inicial. Weber desenvolveu a ideia de que o Calvinismo teria influenciado ações que fortaleceram o capitalismo e que levavam, por exemplo, as pessoas reinvestirem os seus lucros na economia ao invés de simplesmente aumentar o seu consumo pessoal. 

Em sua visão, vários pioneiros do capitalismo pertenciam a diversas seitas puritanas e em função disso, levavam uma vida pessoal e familiar bastante rígida. Pela identificação das ações dos protestantes, dos indivíduos protestantes, fundamentadas em rígidos preceitos religiosos no que diz respeito à moral e ao comportamento individual na sociedade, Weber identificou aí um elemento importante no desenvolvimento do capitalismo nas sociedades modernas. Isso é, essa disciplina moral e comportamental dos protestantes revelava, do ponto de vista do comportamento individual, o “espírito do capitalismo”, um espírito disciplinado, eficiente, racional.

Abordando sobre o mito da democracia racial no Brasil, em uma formulação muito breve, pode-se afirmar que a interpretação do Brasil formulada por Florestan Fernandes revela a formação, os desenvolvimentos, as lutas e as perspectivas do povo brasileiro. Um povo formado por populações indígenas, conquistadores portugueses, africanos trazidos como escravos, imigrantes europeus, árabes e asiáticos incorporados como trabalhadores livres. Uma história atravessada por lutas sociais da maior importância, desde as revoltas de comunidades indígenas contra os colonizadores às lutas contra o regime de trabalho escravo. 

História essa que, no século XX, desenvolve-se com as lutas de trabalhadores do campo e da cidade pela conquista de direitos sociais ou pela transformação das estruturas sociais. Para a perpetuação do seu poder no Brasil, país de capitalismo de especificidade dependente, as classes dominantes usam o monopólio da violência e da cultura, que traz como consequência o bloqueamento do desenvolvimento econômico, educacional e social no país. Portanto há, no Brasil, uma imbricação histórica entre dominação racial e exploração econômica: A raça como categoria sociológica, a dominação patriarcal contra a mulher e outras formas de opressão podem e devem estar presentes no movimento de crítica à realidade social criada pelo capitalismo dependente. 

Florestan mostrou que a “tolerância racial” era “uma forma particular de racismo: um preconceito de não ter preconceito. Florestan percebeu que no período histórico de fim da escravidão e da consolidação do trabalho livre, a discriminação havia se mantido intocada, porém de maneira dissimulada: Assim, um racismo dissimulado e sistemático era diagnosticado por Florestan Fernandes com concentrações raciais de privilégios econômicos, sociais e culturais.

Já Durkheim classificou a sociedade em dois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica, que associou a dois tipos de lei, por ele denominadas de direito repressivo e direito restitutivo. Na solidariedade mecânica a sociedade é estruturada pela semelhança. Os indivíduos se diferenciam muito pouco uns dos outros, partilhando dos mesmos pensamentos, sentimentos, valores e crenças em comum. Nessas sociedades, a consciência coletiva é mais intensa e abrange a maioria das consciências individuais. Os indivíduos se reconhecem e relacionam através de laços de parentescos, de tradição e por meio da religião. 

Na solidariedade orgânica, a sociedade é estruturada pela diferença. É aquela em que a unidade coerente da coletividade, resulta de uma diferenciação de funções sociais de seus membros. Nessas sociedades, observa-se um enfraquecimento das imposições determinadas pela consciência coletiva que cobre a esfera da existência. Os indivíduos não se assemelham, são diferentes, por meio do processo de divisão social.

 A respeito do mito da democracia racial presente na obra “Casa Grande e Senzala”, é possivel constatar que se a democracia é o direito de igualdade entre as pessoas de uma nação, e se hoje é perceptível a minoria de negros ocupando os cargos públicos, inseridos nas faculdades de ensino superior, com maioria envolvidos nos índices de ações criminosas, logo se percebe que essa realidade não concinde com o termo de democracia. 

Esse fato é tão real que não somente o Brasil vive essa máscara da democracia racial, mas também grandes paises economicamente estabelico, a exemplo dos Estados Unidos. Quem acompanha os meios de comunicação provavelmente viu aquele homem negro morto sufocado por um policial, isso levantou ainda mais questionamentos a respeito do preconceito não somente naquele país, mas no mundo todo.

No Brasil vemos o caso da Mariele, que também sucitou novos questionamento a respeito dos direitos e igualdades dos negros no país. Esses exemplos dados foram cruciais para a retomada desse tema, que parece por algum momento adormecer e que devido esses fatos vieram a tona novamente. Contudo, percebe-se que a democracia racial no Brasil é um projeto que ainda está muito longe de ser real e que precisa ser sempre lembrado e debatido, para que de fato aconteça.

No que se refere ao mito do homem cordial brasileiro, percebe-se que o homem cordial descrito por Holanda pode ser entendido com o termo mais atual do “jeitinho brasileiro”. Mas pode-se dizer que o homem cordial é mais indivudialista e pessoal, com aspectos de interesses muito particular. Confunde o público com o privado, acha que tudo lhe pertence, sendo somente dele, talvez a conciência que tenha do público é somente usufruir e nunca concertar. 

É muito sociavel, mesmo que use de simpatia apenas para crescer profissionalmente ou usar dos que estão próximos para chegar ao objetivo almejado. Motivado pelo ímpeto capitalista de conseguir agariar a maior quantidade de béns possível, usa toda a sua emoção em prol de seus ideais. Como se diz nos dias atuais, é capaz de subir nas costas dos outros para conseguir o gargo desejado, mesmo que venha a perder a simpatia dos demais. 

Bom representantes desses ideais são os políticos partidaristas, pois em todo ano eleitoral, mesmo que difamado por não cumprir as promessas da política passada, usa o tapinha nas costas, sorriso largo e falácia para conquistar mais quatro ano no poder. Essa pode ser considerada uma das mais visiveis práticas do homem cordial brasileiro.

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