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Antropologia e História no século XIX: breve descrição.

 

A Antropologia, tal como a História se organizam como disciplina no século XIX, num contexto em que o imperialismo organiza geopoliticamente o mundo em torno dos interesses das grandes potências europeias, o saber disciplinas ganha um novo significado nas universidades e em que as ciências buscam se firmar por meio de referenciais teóricos e metodológicos, com forte influência das ciências exatas nos modelos de cientificidade adotados e no qual os modelos vigentes são os do evolucionismo, marcado também pelo eurocentrismo/etnocentrismo. 

No campo da História, experimenta-se, naquele contexto, a transição de uma escrita erudita/colecionista -que vai da Renascença ao Iluminismo- para novos modelos e para novas filosofias da história características do oitocentos, a maioria delas teleológicas, ou seja, com visões de futuro previamente construídas e pensadas como algo melhor que o presente. Exemplos são o positivismo de Auguste Comte (que divide a evolução da humanidade em etapas) e o próprio pensamento socialista. No campo da Antropologia, dava-se então a organização de um novo saber que extrapola os gabinetes e vai a campo, tentar entender a complexidade das muitas sociedades por meio da observação do outro.

No trabalho do antropólogo e do historiador a semelhança correspondente entre as origens colonial da Antropologia e com a Antropologia atual a história e ética é bem semelhante. A influência da política sobre as pesquisas continuam ainda bem presente, mesmo por que um antropólogo necessita de recursos financeiros para desempenhar seus estudos. Sem esse meio aquisitivo, a pesquisa não poderá ser realizada, e quando é, acaba por ser feita de forma muito básica, contendo dados mínimos e não aprofundados. 

Há de se falar ainda, de pesquisas direcionadas a alguns aspectos de interesse, buscando desenvolver pequenos pontos de utilidade, deixando muitas informações por ser levantada, o que torna um estudo falho. Ainda, consiste nos poucos recursos empregado no pesquisador, que tem que fazer seu trabalho às pressas, para cumprir com os gastos determinados. 

No que consiste a ética, é necessário que haja autorização e limites, que o pesquisador compreenda o povo estudado como detentor de direitos e que, suas normas e limites, devem ser cumpridas. Pois questões e formas de abordagens podem ser ofensivas para uma determinada cultura. Neste caso, é necessário que o pesquisador se informe com antecedência, buscando o mínimo possível de informações sobre o campo de sua pesquisa.

Na Antropologia a etnografia é fundamental para o trabalho do antropólogo e do historiador. Do ponto de vista prático, etnografia tem como função estabelecer relações, selecionar informantes, transcrever textos, levantar genealogias, mapear campos, manter um diário, e assim por diante. Mas do ponto de vista teórico o seu desafio é construir uma descrição densa da cultura observada. Ou seja, uma espécie de tradução que permite aos não nativos compreender gestos e sentimentos, símbolos e ações que não estão entre as suas referências culturais, mas que tem todo o sentido quando praticadas pelos seus interlocutores.

O que resulta do texto final de uma etnografia é realmente nossa própria construção das construções de outras pessoas, do que elas e seus compatriotas se propõem, o que fica obscurecido porque a maior parte do que precisamos para compreender um acontecimento particular, um ritual, um costume, uma ideia, ou o que quer que seja está insinuado como informação de fundo antes da coisa em si mesma ser examinada diretamente. 

A etnografia quer ver a cidade de perto e de dentro, com os seus moradores propriamente ditos, que, em suas múltiplas redes, formas de sociabilidade, estilos de vida, deslocamentos, conflitos etc. a Etnografia é importante para o historiador assim como para o antropólogo porque age com critérios facilitador, passando por várias etapas, desde um pré-teste para a validação de um questionário até a imersão no trabalho de campo.

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