1. DADOS SOBRE O AUTOR.
Esta unidade discute os textos da obra Fontes Históricas, organizada por Carla Bassanezà PÃnsky. Os autores dos textos são: Carlos Bacellar, Pedro Paulo Funari, Tânia Egina de Luca, Verena Alberti, Vavy Pacheco Borges e Marcos Napolitano, historiadores experimentados em trabalhar com o tipo de fonte que se propuseram a discutir, tendo já publicado livros e artigos expondo suas convicções teóricas. E possÃvel identificar alguns traços comuns que permeiam seus textos, apesar das notórias diferenças de caráter individual.
Formados pela academia, têm como referências o rigor na análise, as crÃticas propostas pela Nova História ao cientificismo, a necessidade da interdisciplinaridade para ampliar as interpretações, posturas não dogmáticas, atenção à s condições materiais da produção das fontes, quase ausência do viés sociológico na linguagem, bibliografia atualizada, preocupação com a clareza da exposição.
2. DADOS SOBRE A OBRA.
Fontes Históricas é uma obra indicada tanto para iniciantes nos estudos históricos quanto para quem pensa em colocar as “mãos na massa”, penetrar em arquivos, ouvir depoimentos, manusear documentos, escarafunchar vestÃgios da cultura material ou simbólica, decifrar impressos ou audiovisuais em busca das experiências de nossos antepassados, aceitando os desafios da História.
3. RESUMO DA OBRA.
Todos os vestÃgios deixados pelo homem podem constituir em uma abordagem histórica. Foi o que aconteceu com os nossos antepassados, que sem jamais pensar estarem contribuindo com a história, deixaram suas marcas rupestres, pensando apenas em memorizar mais suas atividades, no fundo, sem perceberem, estavam contribuindo com a história, deixando registros que atualmente facilitaria aos historiadores a compreensão do passado.
Após milênios – quando pequenas comunidades ágrafas deixaram indÃcios, permitindo a arqueólogos, antropólogos, etnólogos levantarem hipóteses sobre diferentes modos de vida – surgiram sociedades complexas, como as do Oriente antigo, e, com elas, a instituição da propriedade privada, do comércio, de religiões, de cidades, de estados e impérios que geraram novas configurações de registros, destacando-se entre elas a invenção da escrita, responsável pela produção documental dos perÃodos históricossubsequentes, constituindo-se nas fontes mais valorizadas pelos pesquisadores até meados do século XX.
Os documentos antigos passÃveis de pesquisas são muito sensÃveis e alguns, raros. Os jovens calouros ao ingressar nas universidades vêm sedentos de conhecimentos, buscando fontes que possam minimizar suas curiosidades. No entanto, é necessário instrui-los quanto ao uso desses manuscritos, pois ao serem mal manuseados, esses podem deteriorar, causando um grande prejuÃzo para a história e os futuros historiadores, que não terão a oportunidade de conhecer a obra.
O historiador ao adentrar no conhecimento dos fatos históricos e à medida que conhece as culturas em que as pessoas estavam inseridas, passam também a viver esses acontecimentos. Se coloca no lugar das pessoas, participando de suas angústias, medos, sofrimentos, necessidades e também alegrias e conquistas. Isso dá ao historiador uma noção de tempo e de realidade. O pesquisador volta ao passado mesmo estando no presente, compreendendo assim, o real modo da cultura estudada.
As fontes por mais belas que sejam, só terão real valor e sentido quando estão de acordo com a busca do conteúdo desejado. Por isso que pesquisar deve ser uma arte e precisa-se de muito foco para não se perderem nos muitos conteúdos que encontrarão nos arquivos, fugindo do ideal que é encontrar as fontes certas.
Ao utilizar as fontes de arquivos o historiador deve ter alguns cuidados básicos, conhecer as origens do documento, com isso dará mais suporte de veracidade sobre o conteúdo pesquisado. Antecipar informações para saber como funciona o ambiente de pesquisa, a ordem dos documentos e a maneira mais fácil de encontrá-lo no local de pesquisa. Preparar-se para enfrentar as condições de trabalho do arquivo escolhido. Este poderá está em condições ruim para interpretá-lo, ou poderá estar rasurado dificultando a leitura e a compreensão. O importante é estar munido de paciência e tempo para obter as informações almejadas.
Usar luvas, máscara e avental no contato direto com os documentos. Com isso o pesquisador está cuidando da preservação do acervo e de sua saúde, pois não saberá o que contém o documento além das informações nele escritas, podendo ser também portador de bactérias e outras fontes prejudiciais ao homem. É importante ainda ter a atenção de manter os documentos em ordem, deixa-los sempre onde encontrou. Se possÃvel se especializar nas áreas que favoreçam e facilitem a pesquisa, como a paleografia.
Aprender e aprimorar-se em técnicas de levantamento, seleção e anotação do que é interessante e de registro das referências das fontes para futura citação. Observar as regras existentes para transcrições e edições. Anotar a referência do documento transcrito e indicar todos os dados que permitam identificá-lo. Diferenciar com rigor o texto não copiado do texto cuja leitura foi impossÃvel. Se o documento for extenso, devem-se registrar as mudanças de página, indicando a numeração, quando existente, ou indicando a folha em questão.
Sempre obter o maior número de informação possÃvel, isso ajudará a sanar as dúvidas e fazer afirmações com maior segurança a respeito do conteúdo de pesquisa. Contextualizar o texto é um ato de todo pesquisador, saber se inteirar do perÃodo da obra pesquisada, visando sempre os hábitos e costumes do tempo, as situações decorrentes de cada época e a estrutura social do perÃodo. Qual a finalidade do autor ao ter escrito o documento, o queria dar a entender, as expressões usadas e as marcas que queria deixar na obra.
Cruzar fontes, cotejar informações, justapor documentos, relacionar texto e contexto, estabelecer constantes, identificar mudanças e permanências. Com tais práticas, o pesquisador conseguirá se assegurar de que as informações obtidas estão minimizadas de erros, levando-o ao mais próximo possÃvel da verdade.
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