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Ciências Sociais e História: algumas questões


Como podemos definir a categoria gênero? 
O gênero é uma importante categoria analítica das Ciências Sociais que permite analisar as diferenças sexuais a partir de um ponto de vista relacional entre a construção do que a sociedade estuda e entende por masculino e feminino ao longo da história. Os cientistas sociais diferenciam as categorias de sexo (biologia, natureza) e gênero (cultura). 

Os estudos de gênero são relacionais, pois só podemos considerar um gênero em função do outro. Os estudos de gênero procuram não se limitar pelo binarismo masculino-feminino, incorporando outros temas como a transexualidade. Os estudos de gênero são herdeiros da história das mulheres que tinha como objetivo dar visibilidade às mulheres na História e na Historiografia, a partir da década de 70, e se preocupou – a partir dos movimentos sociais terem se colocado nas ruas – com novos temas e sujeitos.

Como podemos caracterizar as três ondas do movimento feminista?
A primeira onda no Brasil, tinha como reivindicação central o direito ao voto para as mulheres e ocorreu na virada do século XIX para o XX. Outras lutas ainda se faziam presentes, como o direito à educação. O feminismo de primeira onda no Brasil é fortemente marcado pela mobilização de mulheres brancas de classe média, mas isso não quer dizer que elas eram as únicas que se mobilizavam, pois, as mulheres operárias também participavam dos movimentos sociais dos trabalhadores na Primeira República, exigindo direitos trabalhistas. 

A segunda onda do movimento feminista ocorre após o fim da Segunda Guerra Mundial e se intensifica a partir dos anos 60: As mulheres lutaram pelo direito ao seu corpo, ao prazer e contra o patriarcado. É o momento do surgimento da pílula anticoncepcional, que permite à mulher programar a maternidade ao dissociar o sexo da reprodução. No Brasil, essa segunda onda se associa à eclosão de movimentos de oposição ao governo da ditadura civil-militar e, depois, aos movimentos de redemocratização da sociedade brasileira. 

A terceira onda do feminismo ocorreu a partir dos anos 90, tendo entre seus objetivos a luta pelo reconhecimento das diversas identidades femininas a partir do cruzamento com fatores de raça, classe, nacionalidade, religiosidade, origem étnica, condição de imigrante ou refugiada: a terceira onda pode ser caracterizada como um momento em que o movimento olhou para sua própria história e suas lacunas. 

Criticou-se que havia uma hegemonia no movimento feminista que generalizou para todas as mulheres as condições e lutas de mulheres brancas de classe média. As feministas negras, indígenas e transsexuais e suas reivindicações ganharam maior visibilidade.

Por que a Constituição Federal de 1988 pode ser vista como um marco sobre a questão indígena no Brasil?

A Constituição de 1988 deu ao indígena o direito de manter e viver em suas terras, mantendo seu modo de vida e tradições. Criou normas com o propósito de garantir e proteger direitos e interesses dos indígenas, inclusive a educação. Antes da Constituição Federal de 1988, o processo educativo imposto pelo Estado brasileiro significava um ataque à alteridade indígena no plano pedagógico, pois era organizado por meio da imposição da língua portuguesa (desprezando a língua materna de cada povo) e de um currículo nacional.

O acesso à educação é um direito dos povos indígenas assegurado com a Constituição de 1988. De acordo com o § 2. °, Artigo 210: “O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.” a CF/88 prevê que a educação indígena será ministrada na língua materna, que o Estado financiará materiais didáticos específicos para a Educação Indígena, respeitando suas diversas línguas e culturas e que a escola indígena deverá ter um currículo escolar específico.

O que determina a lei 11.645/08 e o que ela contribui para a Educação Básica? 
Em 10 de março de 2008, foi aprovada a Lei 11.645, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. A lei pretende estabelecer uma nova abordagem em relação ao estudo da história indígena no país. 

Nascendo a partir de demandas de movimentos sociais indígenas, pois estes criticam a forma que são tratados nas escolas: a) Não se especificando que há mais de duzentos povos e etnias pelo país e que falam mais de 180 línguas; b) que o ensino de História tradicional sempre apresenta o indígena no passado e c) Os indígenas estão presentes enquanto sujeitos históricos, atuando na nossa sociedade na atualidade. A lei nº 11.645/08 obriga que todas as escolas da rede oficial (públicas e privadas) trabalhem com temas da cultura indígena, valorizando a interpretação dos povos indígenas quanto à História do Brasil. 

A disciplina História na Educação Básica deve ensinar aos alunos o conhecimento e o respeito ao modo de vida de diferentes grupos, em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e diferenças entre eles. O reconhecimento e a valorização do “nós” e do “outro” é fundamental para a percepção da alteridade, que está relacionada à “distinção, de modo consciente, das diferenças, das lutas e dos conflitos internos aos grupos sociais ou presente entre aqueles que vivem ou viveram em outro local, tempo ou sociedade.

O que é Educação Popular e quais são seus fundamentos? 
A educação popular é uma propostas que valoriza os saberes prévios do povo e as suas realidades culturais na construção de novos saberes. Está implicada com o desenvolvimento de um olhar crítico, que facilita o desenvolvimento da comunidade em que o educando está inserido, pois estimula o diálogo e a participação comunitária, possibilitando uma melhor leitura de realidade social, política e econômica. 

A educação do Campo é o espaço privilegiado da agricultura familiar, é o locus das florestas, dos rios, do policultivo das plantas, dos sistemas agroflorestais, do extrativismo manejado. Ou seja, é o campo de um mosaico agroflorestal amazônico norteado pelas fases da lua, das cheias e das vazantes, da várzea, dos contos, dos mitos, das festas e celebrações. Quando discutimos a Educação do Campo estamos tratando da educação que se volta ao conjunto dos trabalhadores e das trabalhadoras do campo, sejam os camponeses, incluindo os quilombolas, sejam as nações indígenas, sejam os diversos tipos de assalariados vinculados à vida e ao trabalho no meio rural.

Sobre os Movimentos de Mulheres.
As ciências sociais tem passado por grandes questionamentos sobre a sua credibilidade, mas negar a ciência e sua credibilidade é o mesmo que negar a própria historicidade da pessoa humana. Pois é na ciencia em que está ancorada o desenvolvimento, pois onde não há ciência não há diagnóstico e sem este ato, não haverá possibilidade de desenvolvimento e evolução. 

Estes trabalhos quebram precoceitos e desmistifica conceitos enraizados negativamente em tratando-se da pessoa feminina. No século XXI se vê as mulheres galgando espaços que antes ela não tinha, mas contudo, isso dá a visão para muitos que elas estão obtendo poder mais elevado que o homem, podendo gerar um mal estar masculino. Isso gera uma certa ciumeira no homem, levando a atos que ocorrem nos dias atuais, tais como a violência contra as mulheres.

Falando da pandemia, este trouxe problemas para a pesquisa, pois muitas tiveram que parar, trazendo um certo atraso científico em algumas áreas. Da mesma forma, estamos vivendo tempos de dúvidas, pois não sabemos onde vamos parar e como irão ficar as coisas depois que essa pandemia passar. Mas em algumas áreas as pesquisas estão voltando, é que elas tem tempo determinado para serem concluidas.

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